BlueNano foi um dos cases apresentado em painéis que levantaram o tema no evento

O principal destino turístico do Rio Grande do Sul se transformou, de 4 a 6 de junho, em um ponto de encontro da inovação e do empreendedorismo. A oitava edição da Gramado Summit contou com mais de 350 palestrantes e reuniu cerca de 21 mil pessoas. O Tecnopuc – Parque Científico e Tecnológico da PUCRS – e sua comunidade marcaram presença no evento.
O Parque esteve em um estande oferecido pela Reginp – Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação e pelo Sebrae Startups para receber os participantes da Gramado Summit, fazer conexões e apresentar as possibilidades de interação. Entre os membros e parceiros da comunidade que também estiveram presentes no evento, estão Água Conectada, Assespro-RS, Badesul, BlueNano, Decola, DGM, Energia das Coisas, Globo, HPE, Hospital Ernesto Dornelles, Igapó, Instituto Amores Fati, Mercado Net Zero, Movimento ODS RS, Owner, Preto no Branco, Rede RS Startup, Sismu, Sisqualis, Sulgás, Tua Operadora e Ventiur – com um palco que abrigou uma série de painéis. Entre os hubs do Tecnopuc, Eduardo Pellanda, coordenador do Plug Mobility Future Hub, participou de um talk, no palco da Prefeitura de Gravataí, sobre mobilidade elétrica.
Nanotecnologia em pauta
Com forte vocação para apoiar o desenvolvimento de negócios que surgem da ciência, uma das discussões acompanhadas pelo Tecnopuc na Gramado Summit foi a de como a nanotecnologia vai revolucionar a produção de materiais, impactando nos produtos que chegam às pessoas. A BlueNano – deeptech (startup com base em ciência e atuação com inovação complexa) que integra a comunidade Tecnopuc – esteve em dois painéis sobre a temática: Fundamentos do invisível – O que é Nanotecnologia e por que ela vai mudar tudo, com Adriano Feil, CTO da BlueNano, Thuany Maraschin, coordenadora da Rede Nano RS, e Carlos Bergmann, professor da UFRGS; e Do átomo ao mercado – Casos reais de empresas que transformam ciência em valor, com Démis Gabriel Gameiro Roumeliotis, CEO da BlueNano, e Guilherme Dias Zarur, da Nione.
Ao abrir as discussões, Carlos Johannpeter, Presidente do Pradotech que é membro da Nano RS, contextualizou que a nanotecnologia e os nanomateriais vão mudar a estrutura do que nós conhecemos como materiais, pois, ao introduzir partículas de nível atômico para dentro de materiais, como plástico, alumínio, ferro e aço, muda-se radicalmente a performance deles, que pode chegar a ser 10 vezes melhor. “O mundo vai mudar nos materiais que mudam os produtos e que chegam na mão das pessoas. Essa transformação de materiais é a base de uma transformação maior de toda uma realidade econômica”, avalia.



Nesse contexto, o Brasil foi apontado pelos painelistas como um dos países que mais produz ciência e gera patentes em nanotecnologia, o que se traduz em um grande potencial de mercado. A BlueNano é um exemplo desse segmento. Ao apresentar a empresa na Gramado Summit, Adriano Feil, CTO da BlueNano, falou sobre a Superpartícula Z, o nome comercial dado à tecnologia desenvolvida por eles que permite manipular 99 elementos da tabela periódica, gerando novas soluções para diferentes áreas.
O CTO explicou que a BlueNano não é uma empresa de aplicação final, mas interage com o mercado na busca dos desafios que podem ser solucionados a partir da tecnologia desenvolvida pela deeptech. Para chegar a esse posicionamento, foram quase 20 anos de pesquisa, com readequações na rota.
Essa trajetória foi apresentada no evento por Démis Gabriel Gameiro Roumeliotis, CEO da BlueNano. Segundo ele, após entenderem que a venda direta de materiais não ia ao encontro dos objetivos estratégicos da companhia, e de terem mais de 2 mil materiais validados no mercado, a empresa se reinventou para, com base em pessoas, criar tecnologias novas e reais para dar soluções para o planeta. O foco hoje está em validar e licenciar soluções para problemas ambientais de alto valor, suportados pela performance dos materiais avançados e exclusivos desenvolvidos pela empresa.
O CEO destacou que esse posicionamento foi definido após entenderem que tinham em mãos materiais avançados e exclusivos, um processo totalmente sustentável, um mercado demandando soluções para problemas ambientais com performance e, ainda, a possibilidade de gerar créditos de carbono de alto valor. É com base nessa estratégia que hoje a BlueNano desenvolve soluções para diferentes áreas, da indústria cosmética à produção de hidrogênio verde.














