De acordo com o Healthtech Report 2020, estudo realizado pela consultoria Distrito, o número de startups no setor de saúde teve um aumento considerável no Brasil. Entre 2018 e 2020, as healthtechs passaram de 248 para 542, a Exper, startup que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), foi uma das healthtechs desenvolvidas nesse período.
A startup completou o primeiro ano de operação em março. Com atuação na área de radiologia médica, o negócio foi desenvolvido a partir de um grupo de pesquisa médica e hoje oferece serviços inovadores na área. O grupo de pesquisa era formado por médicos radiologistas do Hospital São Lucas da PUCRS e tinha o objetivo de discutir casos novos e específicos da área de radiologia.
A partir dos debates que nasciam dentro do grupo, artigos foram publicados em jornais e revistas científicas. Rafael Albuquerque, administrador da Exper, integra o time desde o início. Ele explica que o grupo de médicos já imaginava que os trabalhos pudessem, futuramente, se transformar em uma ideia de negócio. “Pensava-se que as pesquisas poderiam ser soluções para os hospitais, que não ficassem só no papel. Abrimos a Exper em março do ano passado, justamente para transformar as pesquisas em negócios e poder oferecer isso para hospitais e clínicas, além de oferecer um benefício maior para os pacientes”, explica Rafael.
Atualmente, a Exper possui duas pesquisas mais avançadas em nível de negócio. A primeira, chamada de Check Lung, se trata do rastreamento de câncer de pulmão por imagem. A pesquisa identifica a possibilidade de reconhecer nos pacientes um câncer em fase inicial. Bruno Hochhegger, médico radiologista e fundador da Exper ao lado de Fernando Gazzoni e Rubens Gabriel, desenvolveu um protocolo que recomenda que todas pessoas que fumam ou que possuem algum histórico familiar de câncer de pulmão façam um exame. A análise é realizada por meio de uma tomografia de tórax e com técnicas de pós-processamento de imagem. Assim, é possível gerar um laudo específico para este tipo de rastreamento. O processamento transforma as imagens da tomografia em imagens 3D. “É como se estivéssemos vendo o pulmão fora do corpo”, explica Rafael. O trabalho de processamento de imagem é realizado pelas biomédicas e sócias da Exper, Tássia Medeiros e Juliane de Mattos.
Outra pesquisa em nível de negócio se refere a colonoscopia virtual com cápsulas de bário, que ainda está em fase inicial, mas já foi aprovada pelo comitê de ética médica. Neste exame o paciente toma algumas cápsulas de bário dias antes de realizar o procedimento. No dia do exame é feita apenas a tomografia e, a partir disso, o pós processamento de imagem 3D, como no processo anterior.
A Exper também integra o HealthPlus Innovation Center, uma iniciativa do Tecnopuc e da GROW+ Aceleradora. O HealthPlus integra o Biohub PUCRS — ação que conecta o Tecnopuc, o Instituto do Cérebro (InsCer), o Hospital São Lucas (HSL) e as Escolas da Universidade.
