
Nesta quinta-feira, 2 de setembro, o Pacto Alegre – acordo entre instituições de ensino, governo, iniciativa privada e sociedade civil para estimular o empreendedorismo colaborativo – terá a retomada das reuniões presenciais da Mesa de trabalho. O evento terá a presença de Josep Piqué, consultor do Pacto e responsável pelo projeto distrito 22@, em Barcelona, revitalizando uma área de 200 hectares. Luiz Carlos Pinto, coordenador do Pacto Alegre e secretário de inovação de Porto Alegre, e Jorge Audy, superintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, acompanharam a visita de Piqué na Cidade.
O consultor afirma que, com a pandemia, o Pacto se tornou ainda mais importante: “O contexto nos obrigou a mudar de estratégias. O Pacto segue intacto, porque significa a aliança não só das universidades, mas das empresas, da sociedade e do governo para trabalhar com uma visão conjunta. A mesma visão, mesma governança, em um novo contexto e, portanto, a priorização de novos projetos. O Pacto não só está intacto, mas é mais necessário que nunca, para entender que vamos juntos ao futuro”, sinaliza Piqué.
O consultor visitou Fortaleza e São Paulo e destaca: “Especificamente em Fortaleza, onde a Fiocruz está desenvolvendo um centro especial para análise da Covid-19, foi fantástico ver o nível e a qualidade deste centro. O Brasil, como qualquer outro país, está nas mãos das pessoas que vivem nele, e da vontade de trabalhar juntos. Como são muitas pessoas, a melhor forma é a institucionalização, por meio de pactos, que somem as diferentes instituições que queiram trabalhar em cada território”. Em Porto Alegre, ele destaca que o grande diferencial são as três Universidades (UFRGS, PUCRS e Unisinos) trabalhando juntas. “Assim podemos avançar com projetos concretos, como o Instituto Caldeira e outras ações que estão acontecendo ao redor da cidade”.
Desafios para os parques tecnológicos pós-pandemia
Sobre os desafios para o período pós-pandemia, Piqué destaca dois pontos importantes: saber combinar os espaços físicos, digitais e os espaços híbridos, e incorporar a dimensão de saúde. “Será preciso que os parques tenham um nível de qualidade para garantir o teste de temperatura para deixar as pessoas seguras”. Piqué ainda afirmou que inovação é transformar desafios em soluções. “É entender os tipos de desafios: aqueles que podem ser problemas e também os que são oportunidades”.
Novos livros
Neste ano, Piqué foi um dos autores da obra Ecossistemas de Inovação: Metamodelo para Orquestração, organizado pela professora Clarissa Stefani Teixeira, e com a colaboração de Jorge Audy. Quando questionado sobre a lição mais importante que os ecossistemas de inovação podem tirar do livro, ele explicou: “O livro afirma que em um ecossistema deve haver funções definidas – como a informação, por exemplo. Depois, é importante a inovação, investimento e fundos de capitais. Mas, sobretudo, combinando com esses três, a internacionalização, que diz que os ecossistemas são globais (trabalham de forma local e se conectam de forma global). Com isso, somamos os talentos, que são uma importante chave que nasce da orientação, da formação e da inserção profissional”.
Sobre o novo livro Modelo do Pacto pela Inovação, escrito pelos mesmos autores do anterior, Piqué afirma que é uma obra com o objetivo de dar as chaves de como fazer pactos. “E aí pegamos o exemplo de Porto Alegre, Barcelona, e mostramos que qualquer território pode fazer pactos de inovação”, salienta Piqué.