A novidade é uma importante ferramenta de gestão ESG, pois permite mapear e quantificar as fontes de GEE de uma organização, além de contribuir no combate às mudanças climáticas

Organizações interessadas em conhecer a quantidade e a origem de suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) podem contar com um novo serviço do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais da PUCRS, membro do Tecnopuc: o Inventário de Gases de Efeito Estufa, que inclui também um selo Emissões Quantificadas.
A novidade vai ao encontro da agenda ESG, cada vez mais relevante para empresas de diversos segmentos e portes, sendo uma importante ferramenta de gestão, pois permite mapear e quantificar as fontes de GEE de uma organização. Ela contribui na definição de práticas que visam neutralizar as emissões e no combate às mudanças climáticas.
As empresas que contratarem o serviço oferecido pelo IPR receberão um diagnóstico completo das suas emissões de GEE. Na prática, o IPR faz um processo de auditoria, que pode ser documental e/ou presencial, com base em normas e regulamentos nacionais e internacionais (ISO14064, GHG Protocol e Guidelines do IPCC) e, ao final, entrega ao contratante um relatório completo com as emissões diretas e indiretas da sua organização, além de um selo que atesta as emissões de GEE da empresa no período do inventário.
“Ao conhecer os impactos da organização, é possível estabelecer planos, projetos e metas para a redução das emissões de GEE”, destaca Filipe Albano, gerente da qualidade do IPR e professor sobre o mercado de carbono.
Além de ser uma importante prática ambiental, conhecer e quantificar as emissões de GEE poderá ser, em breve, uma exigência legal. O projeto de lei nº 412/2022, que busca regulamentar o mercado de carbono no Brasil, estabelecendo o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), foi aprovado pelo Senado em outubro de 2023 e seguiu para votação da Câmara. Ele prevê que as organizações que emitam acima de 10 mil toneladas de CO₂ equivalente (que inclui outros GEE, alguns deles mais nocivos que o CO₂) por ano deverão reportar suas emissões e aquelas que emitam acima de 25 mil toneladas de CO₂ por ano, além do reporte obrigatório, terão que buscar cota excedente de outra companhia que emitiu quantidade menor ou adquirir créditos de carbono reconhecidos no SBCE.
“A quantificação de inventários de GEE, que, muito em breve, será uma obrigação de empresas de diversos setores da economia, é um dos primeiros passos para se começar a entender melhor o mercado de carbono e se é ou não necessário compensar emissões comprando créditos ou fazendo projetos de redução ou remoção de emissões”, explica Albano.
Interessados em saber mais sobre o serviço podem entrar em contato pelo e-mail: [email protected]
Emissões do IPR

Antes de colocar o serviço no mercado, o IPR fez o seu primeiro inventário. Totalmente elaborado pela equipe técnica do Instituto, o inventário para o ano de 2022 foi realizado segundo a metodologia do Programa Brasileiro GHG Protocol, a ISO14064 e as Guidelines do IPCC e abrangeu as emissões provenientes das atividades relacionados aos escopos 1, 2 e 3 (emissões diretas, emissões relacionadas com energia e emissões indiretas).
O cálculo do inventário corresponde ao somatório das emissões totais de cada gás de efeito estufa, em toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). Foram 135 tCO2e emitidas pelo IPR em 2022. Os dados coletados e o cálculo obtido revelam que a maioria das emissões de GEE no IPR é proveniente do consumo de energia elétrica. Em seguida aparecem as emissões fugitivas pela utilização de equipamentos de refrigeração e ar-condicionado e, em terceiro, as emissões provenientes de viagens a negócios.
“Apesar do valor de 135tCO2e ser relativamente baixo se comparado ao futuro limite legal, o controle do inventário se tornou um indicador de desempenho ESG do IPR, que é acompanhado com metas de redução”, comenta Albano.
Sobre o IPR
Localizado no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) desde a sua fundação, em 2014, o Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), tem por objetivo fomentar, dar visibilidade e proporcionar um crescimento sustentado das ações da universidade em pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de petróleo e derivados, recursos naturais, energia e meio ambiente. O Instituto possui acreditação internacional nas normas ISO/IEC17025 e ISO17034, o que cobre as atividades desenvolvidas em seus laboratórios, incluindo os ensaios realizados, amostragem e produção de materiais de referência certificados.
Como elemento-chave do instituto, uma equipe multidisciplinar composta por professores, pesquisadores, auxiliares de laboratório, profissionais administrativos e alunos de graduação e pós-graduação da PUCRS desenvolve atividades de excelência, fazendo com que resultados de análises, produzidos com rigor e qualidade, sejam transformados em informações estratégicas e elementos de tomada de decisão para os parceiros do instituto. Acesse o site oficial do IPR.
Sua estrutura no Parque compreende 5000 m² de área construída, com um prédio de sete andares (o 96), onde os quatro primeiros são destinados a laboratórios de alta complexidade e os três últimos a salas de pesquisadores e infraestrutura administrativa. O IPR inclui o Laboratório de Análises Químicas (LAQ), o Laboratório de Caracterização de Rochas (LCR), o Laboratório de Geoquímica e Petrofísica (LGP), o Laboratório de Isótopos e Geocronologia (LIG), Laboratório de Monitoramento Ambiental e Biotecnologia (LMA) e o Laboratório de Tecnologias de Baixo Carbono e Hidrogênio (LBC).
Recentemente, o IPR foi finalista do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2023 em projeto com a Petrobras.