
A Instor, empresa que faz parte do ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), lançou a versão autônoma do robô de desinfecção Jaci. O robô utiliza a tecnologia UV-C e névoa ozonizada para desinfectar o ar e os objetos presentes no ambiente. Com a luz UV-C, a Jaci desinfecta grande parte das superfícies mapeadas e, nos pontos de sobra, é realizada a aplicação da névoa, reforçando a desinfecção.
Miguel Serrano, CEO da Instor, explica que a tecnologia pode ser utilizada em todo o tipo de ambiente. Ele conta que a eficácia do robô já foi testada no Tecnopuc Usalab, o Laboratório de Engenharia de Usabilidade de Produtos para a Saúde, um dos laboratórios do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS (IDEIA), e futuros testes estão sendo elaborados com o apoio da PUCRS e de outras universidades. “Diversos testes de navegação já foram concluídos. Além disso, fizemos testes com vírus de forma satisfatória”, explica Miguel.
Para a realização dos testes, o Tecnopuc Usalab forneceu uma estrutura de simulação de ambientes, retratando lugares reais onde o robô pode ser utilizado. “O Tecnopuc Usalab possui a expertise para testes de usabilidade, ambientes para a formação em saúde por meio de metodologias ativas e técnica de simulação realística, com simuladores de alta fidelidade”, explica Janete Urbanetto, professora responsável pelo projeto.
Eduardo Giugliani, diretor do IDEIA, também explica como foi o processo de testes do robô no laboratório. “A Instor consultou o IDEIA já com um produto definido, uma tecnologia embarcada, e precisava fazer testes. Montamos vários cenários diferentes, assim o robô já pode identificar todos os equipamentos que potencialmente existem em todo e qualquer ambiente hospitalar. O cenário que o Tecnopuc Usalab oferece é o de linha de frente de qualquer hospital, quer seja uma UTI, um ambiente cirúrgico ou quarto hospitalar. Montamos essa parceria com a Instor para que o robô pudesse fazer operações de alinhamento e de definição de tecnologia”, explica.
Além disso, Giugliani ressalta a importância do laboratório para a Universidade e para as empresas que integram o ecossistema de inovação. “O feedback que tivemos da empresa foi muito positivo e acho que novas parcerias vêm pela frente. Temos um potencial na Universidade de oferecer um portfólio de serviços diferenciados para as empresas que fazem parte do ecossistema de inovação. Mas esses serviços são abertos a toda comunidade, principalmente a outros parques científicos e tecnológicos. Não existe um laboratório de usabilidade na região sul como nós temos na PUCRS”, destaca Giugliani.
O primeiro modelo da tecnologia foi desenvolvido em quatro meses com investimento próprio no início da pandemia. Posteriormente, no final de 2020, a empresa recebeu o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para desenvolver o modelo atual. Foram oito meses até a conclusão do primeiro produto. Com o desenvolvimento do robô, a Instor também recebeu o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) e a aproximação de outras universidades para auxiliar no contínuo aprimoramento da tecnologia.
Recentemente, a Instor fechou um acordo com o Hospital São Lucas da PUCRS para dar início a operação do robô no Hospital. No HSL, a Jaci será utilizada em algumas áreas como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Diana Jardim, coordenadora do Biohub PUCRS, explica como será a operação do robô dentro do Hospital. “Nosso objetivo é entender se tudo que foi pesquisado, testado em laboratório e em simulação realística, funciona na prática, dentro da rotina de áreas críticas e com bactérias multirresistentes. É o HSL sendo um living lab para soluções inovadoras com grande impacto para todo ecossistema de saúde, porque se tudo isso for confirmado, poderemos dizer que a robótica está transformando ambientes hospitalares em lugares mais estéreis podendo interferir em altas mais rápidas, melhora na saúde das pessoas, proteção aos trabalhadores e eficiência operacional”, conclui a coordenadora.
Flavia Fiorin, gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc, também destaca o projeto realizado pela empresa. “A trajetória de desenvolvimento do robô Jaci é um exemplo de como nosso ecossistema é capaz de apoiar negócios que tem um propósito claro: da idealização à validação e aplicação no mercado. É um prazer ter a Instor interagindo com nosso ecossistema.”