Evento discutiu as transições ecológica e digital e pontuou a necessidade de pessoas qualificadas para atuar nos desafios do setor industrial

As transições ecológica e digital estão no centro das discussões sobre a inovação na indústria e foram a temática que norteou a etapa de Porto Alegre do Encontro Estadual da Jornada Nacional da Inovação na Indústria. O evento foi realizado no Auditório HP nesta sexta-feira, 4, pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, em parceira com FIERGS, SEBRAE-RS, SENAI-RS e Tecnopuc, e contou com a presença de autoridades, líderes da indústria, professores, pesquisadores e empreendedores da comunidade Tecnopuc.
O painel de abertura – composto por Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, Simone Stülp, secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul; Luiz Carlos Pinto, secretário de Inovação de Porto Alegre; Ariel Berti, diretor Técnico do Sebrae-RS; Oscar Kronmeyer, executivo regional da ABINEE; Victor Gomes, Gerente da Divisão de Tecnologia e Inovação do SENAI-RS; e Carlos Alberto Bork, Superintendente de Inovação e Tecnologia da CNI – deu o tom das discussões realizadas posteriormente ao longo do dia: como aliar inovação ao desenvolvimento da indústria, resultando em um impacto positivo para a sociedade, destacando o papel da formação, atração e retenção de talentos.
Na sequência, a palestra de Carlos Yuji Sakuramoto, gerente de Tecnologia e Inovação da Engenharia de Manufatura da General Motors América do Sul, apresentou o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), uma iniciativa do Governo Federal que amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística. Em sua fala, Sakuramoto destacou desafios e oportunidades para a descarbonização, entre os quais a necessidade de reciclar os 1,4 bilhão de veículos presentes no mundo e de incentivar que talentos se interessem a atuar em áreas como essa.
Ainda nessa linha, o painel Desafio da transição Ecológica e Digital no Rio Grande do Sul, mediado por Carlos Alberto Bork (CNI) e composto por Soraia Musse (INCT em Simulação e Monitoramento para Assistência ao Indivíduo em Eventos Climáticos Extremos da PUCRS), Joel Goldenfum (IPH- UFRGS e Comitê Científico do Plano Rio Grande), Dalvan Griebler (CIACD – Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial e Ciência de Dados da PUCRS) e Adriano Moehlecke (NT-Solar da PUCRS), reforçou a necessidade de formar e manter talentos para o desenvolvimento do Brasil: “O país vai ser usuário de tecnologia de outros países se não avançarmos na formação de pessoas nas áreas de tecnologia”, afirmou Moeckle.



Inovação para a indústria na prática
Após as exposições que provocaram reflexões sobre os caminhos para avançar na inovação da indústria, cinco empresas integrantes da comunidade Tecnopuc apresentaram cases de como têm contribuído para o desenvolvimento do setor industrial.
A BlueNano foi apresentada por Adriano Feil, que destacou a versatilidade da nanotecnologia desenvolvida pela deep tech para ser aplicada na solução de diferentes desafios da indústria.
Douglas Bertolozzo, da DB Randon, falou sobre o FAROL, um espaço analítico para acompanhamento da cadeia de valor, principalmente logística, desde o pedido emitido até sua entrega.
A inglesa EnSilica, que atua na área de semicondutores, foi representada por Júlio Leão e apresentou dois cases: um projeto de criptografia pós-quântica e como ele atraiu talentos para a empresa e já foi vendido para uma das top 5 empresas de semicondutores do mundo; e o desenvolvimento de um chip para um satélite de uma organização norte americana que irá facilitar a conexão com a internet em grande escala.
Mário Frota Júnior, CEO e founder da Regenera Moléculas do Mar, apresentou os oceanos como a nova fronteira biológica, defendendo a tese de que no fundo do mar está tudo o que ainda há para ser descoberto de novo. Nesse sentido, apresentou o Banco Regenera, uma coleção de microrganismos de origem marinha e costeira legalmente disponível para prospecção, podendo solucionar desafios em diferentes setores, entre os quais o farmacêutico e o agronegócio.
Por fim, Thomaz Borela, sócio cofundador da Vent, apresentou a startup que existe para transformar dados em resultados, destacando os cases com a Randon Corp, em que a Vent utilizou dados do mercado internacional para prever a demanda de exportação, a integração com o sistema SAP, a centralização de informações e de gestão da demanda; e com a Stihl, no qual a startup atuou para prever o nível de óleo nos robôs e o quanto isso iria afetar na produção, bem como na previsão de anomalias e no desenvolvimento de uma IA para atuar junto do operador na solução de desafios.
O turno da tarde foi dedicado a dois workshops: Acesso ao fomento à inovação, e Gestão da Inovação, conduzidos por Franciele Oliveira e Tatiane Siqueira, da ABGI Brasil.





