Área de semicondutores ganha mais uma integrante no Tecnopuc com a chegada da Tellescom

Empresa instala escritório no Parque a fim de preparar operações da fábrica em Cachoeirinha

O Grupo Tellescom, que atua desde 2008 em P&D, fabricação de dispositivos conectados, logística e serviços técnicos especializados, escolheu o Rio Grande do Sul para iniciar sua operação na área de semicondutores com foco no mercado internacional.  Com sedes em Manaus e São Paulo, a empresa anunciou uma fábrica em Cachoeirinha e terá um escritório no Tecnopuc, em Porto Alegre. “Escolhemos o Rio Grande do Sul para nossa nova sede por três motivos principais: a excelência em conhecimento e mão de obra local na área de microeletrônica, uma infraestrutura logística favorável para um hub internacional, e o apoio técnico e preparo do governo gaúcho. Essa combinação de fatores foi decisiva para impulsionar nossa inovação e crescimento”, destaca Ronaldo Aloise Junior, CEO da Tellescom.   

A chegada é vista por Rafael Prikladnicki,  presidente da Invest RS, como reflexo da estratégia criada pelo Estado para atrair investimentos no setor. “Semicondutores estão no centro da transformação tecnológica global. Ter uma empresa brasileira com foco nesta área se estabelecendo no RS representa a ambição do Estado e fortalece nosso ecossistema de inovação, posicionando o estado como protagonista em um setor de altíssimo valor agregado e estratégico para o futuro do país”, pontua.    

A operação da Tellescom em Cachoeirinha focará em três áreas-chave: comunicação sem fio, setor automotivo e Internet das Coisas. A previsão é que a fábrica esteja operando em 2026 ou 2027 e chegue a ter cerca de 250 funcionários.  Este ano, o foco é estabelecer parcerias técnicas para preparar a nova operação. “Estamos instalando nosso escritório no Tecnopuc com o objetivo de iniciar o business setup da empresa. Este será um escritório técnico e servirá como a primeira sede da Tellescom, estabelecendo as bases para futuras operações. A empresa planeja manter uma relação científica e técnica contínua com o Tecnopuc, mesmo após se mudar para um prédio próprio”, ressalta Aloise.  

A percepção de Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, sobre a chegada da Tellescom vai ao encontro das declarações de Prikladnicki e Aloise: “A presença da Telescom no nosso ecossistema é muito importante para o Estado e é muito importante para nós, porque eles se reúnem com outras empresas do cluster de semicondutores que nós temos aqui no Tecnopuc, a EnSilica e a Impinji, que são protagonistas globais desse segmento”. Audy conta, ainda, que a vinda está integrada a uma negociação de grande porte entre o governo do Estado e a Malásia para o fortalecimento desse setor no Rio Grande do Sul.  

O Brasil tem cerca de 20 empresas do setor de semicondutores focadas principalmente nas etapas de design e de encapsulamento/testes. O Rio Grande do Sul abriga cinco delas, entre as quais o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) – a primeira empresa brasileira capaz de atuar nas três etapas de produção de semicondutores –, bem como a inglesa EnSilica e a americana Impinji, ambas localizadas no Tecnopuc e citadas por Audy.  

O cenário global de semicondutores 

A indústria de semicondutores fechou o ano de 2024 com uma receita de 655,9 bilhões de dólares, um aumento de 21% em relação a 2023, segundo o levantamento da Gartner. O crescimento veio acompanhado de alterações no ranking das empresas mais valiosas do setor, com a NVIDIA assumindo o topo pela primeira vez – ultrapassando a Samsung Electronics e a Intel –, impulsionada pelo aumento da demanda por construção de infraestrutura de Inteligência Artificial. 

Esses números traduzem uma realidade: os semicondutores fazem cada vez mais parte do nosso cotidiano, pois são matéria-prima de chips utilizados pelas mais variadas indústrias, das telecomunicações à automobilística. O professor Adão Villaverde, da Escola Politécnica da PUCRS, explica que a produção desses componentes passa por três etapas (design ou projeto, front-end ou fabricação e back-end ou encapsulamento/testes) e está predominantemente localizada na Ásia, com destaque para a concentração de mais de 60% da etapa de fabricação em Taiwan. Segundo o professor, a relevância desse setor para a soberania e a posição geopolítica de uma nação tem levado os países a investirem fortemente nesse mercado: os EUA projetam 280 bilhões de dólares e a China cerca de cinco vezes mais, prevendo direcionar 1,4 trilhão de dólares para a fabricação de semicondutores. 

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