GovTech Lab promove discussões sobre Governos Inteligentes no GovTech Summit 2025

Evento reuniu representantes das diferentes esferas públicas, empreendedores e pesquisadores de todo o Brasil e de outros países

Foto: Cassius Souza

Governos Inteligentes é o tema da segunda edição do GovTech Summit, o maior evento de inovação governamental do Brasil, realizado pelo GovTech Lab entre os dias 29 e 30 de maio, no Centro de Eventos da PUCRS. “Ao iniciarmos a edição de 2025 com o tema Governos Inteligentes, reafirmamos nosso compromisso com a construção de um novo modelo de governo: mais eficiente, transparente, digital e, sobretudo, centrado nas pessoas”, declarou Téo Forest, fundadora e CEO do GovTech Lab na cerimônia de abertura. 

Com sede no Tecnopuc – Parque Científico e Tecnoló gico da PUCRS, o GovTech Lab é um hub que conecta o ecossistema de inovação ao setor público, impulsionando soluções inovadoras para a gestão e administração pública. O GovTech Summit é um exemplo da articulação promovida pelo Lab, reunindo 1600 pessoas de 17 estados brasileiros mais do Distrito Federal, além de representantes de outros países.  

Na abertura do evento, autoridades ressaltaram os desafios e a importância de tornar os governos mais eficazes para a população, por meio da inovação e da transformação tecnológica. “A função do governo é a saúde da sociedade no seu conceito mais amplo, promovendo o bem-estar físico, mental e social. Precisamos fazer inovação de processos que vão atender a saúde e a felicidade das pessoas”, afirmou Daniel Almeida Filho, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A fala de Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, seguiu na mesma direção: “Para mim, o governo inteligente é aquele que faz escuta verdadeira e transforma essas escutas em coisas práticas que transformam a vida da cidade e das pessoas […]. Os governos que não inovam não entregam serviços de qualidade. É um desafio posto para todos nós e temos muito caminho pela frente”, destacou. Eduardo Leite, governador do Estado do Rio Grande do Sul, frisou que o principal desafio do serviço público é o fato de a máquina pública ser pouco tolerante a riscos – algo inerente ao processo de inovação. “Inovar envolve riscos […]. Mas precisamos agir para permitir riscos toleráveis, admitindo, de forma controlada com um processo que assegure que esse risco é pensado para assegurar que ele seja reduzido. Sair da caixa, pensar diferente e inovar no serviço público não é fácil, mas é um caminho que exige persistência”, apontou.

Presença da comunidade Tecnopuc

Foto: Tecnopuc

A aproximação do Tecnopuc com o GovTech Lab se consolidou em 2024, com a realização de uma edição govtech do Tecnopuc Garage – o programa de desenvolvimento de negócios do Parque voltado a empreendedores que têm projetos inovadores e de base tecnológica com potencial de escala. Com a relação estreitada diante da vinda do Lab para o Tecnopuc, as conexões com outros integrantes da comunidade se intensificaram e refletem na programação do evento, que contou com a presença de startups na área dos estandes, entre as quais Água Conectada, Painelconstru, Polimihealth, TWD Medical Serviços, TideSat e Vent, e na programação, com palestras e apresentações de cases de membros e parceiros, como o caso de Finep, Banrisul, Procempa, Sebrae, Petrobras e Dell. 

Aproximação com o governo britânico e lançamento do GovTech Place 

Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, participou do painel: Inovação Aberta UK, GovTech Lab e Tecnopuc: Transformação digital para serviços públicos mais eficientes e centrados no cidadão, ao lado de Andrea Motta, diretora do UK-Brazil Tech Hub e mediado por Téo Girardi. Audy contextualizou os desafios enfrentados pelos governos no âmbito da revolução da tecnociência, ocorrida na segunda metade do século XX, quando várias ondas de inovações tecnológicas transformaram diversos setores sociais, causando mudanças radicais inclusive no setor público. O superintendente também destacou o papel dos governos para impulsionar a inovação e deste processo para a garantia de soberania nacional. “Não conheço nenhum país, dos EUA à China, aonde o desenvolvimento de setores estratégicos não passe por um investimento massivo dos governos em ciência, tecnologia e inovação. Hoje, a soberania nacional está ligada ao domínio do ciclo científico, tecnológico e de inovação, e, assim, a transformação digital e a interação de pesquisa, empresas e todos os níveis de governo são extremamente estratégicas”, afirmou. 

Foto: Cassius Souza

Outro ponto abordado por Audy foi a importância da parceria firmada entre Tecnopuc, Govtech Lab e o governo do Reino Unido para a criação de um hub govtech que impulsione esse segmento no Brasil, preparando startups e agentes públicos para interagirem entre si, bem como promovendo uma plataforma de soluções e missões internacionais que fomentem a transformação digital governamental. Nesse aspecto, Andrea falou sobre o investimento do governo britânico nesse projeto e seu histórico de inovação, considerado um dos mais maduros do mundo na aproximação com o ecossistema, e de como esse resultado vem de uma estratégia lançada em 2017, com foco em inovação aberta e interoperabilidade de dados, entre outros aspectos. Ainda sobre o hub a ser lançado, Audy ressaltou que o seu sucesso está relacionado com a capacidade de criar uma rede figital na articulação entre setor público, startups, deeptechs e a sociedade civil. 

Ainda no âmbito da parceria com o governo do Reino Unido, no segundo dia do evento, 30, ocorreu o lançamento do GovTech Place, um marketplace nacional de soluções GovTech, apoiando, ainda, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) – acesse em govtechplace.com.br. Por meio da plataforma, gestores públicos poderão acessar soluções validadas e segmentadas por áreas temáticas; lançar desafios públicos e encontrar parceiros estratégicos; e contratar inovações com mais agilidade e segurança jurídica. Enquanto isso, startups e empresas inovadoras contarão com um ambiente estruturado para apresentar suas tecnologias, com apoio especializado para navegar o complexo universo regulatório e contratual do setor público. 

Conexão entre ciência, startups e governo 

Foto: Cassius Souza

Na sequência do painel com Audy, Daniela Eckert conduziu uma conversa com Daniel Almeida Filho, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI sobre como conectar ciência, startups e governo. Utilizando a analogia do pãozinho – uma certeza cotidiana sobre a qual não paramos para pensar em todos os processos envolvidos em sua produção -, Daniela destacou que o governo muitas vezes também é assim: tem um papel estratégico, mas muitas vezes silencioso, e perguntou a Daniel sobre qual o envolvimento do governo na construção de negócios inovadores. O secretário contextualizou diversas inovações tecnológicas que surgiram de necessidades governamentais, como a corrida espacial, o GPS e a tela touch scream, mas observou que apesar de as tecnologias e as leis serem criadas, elas levam tempo para entrarem em uso – a exemplo do Marco Legal das Startups, de 2013, que busca aproximar a academia do setor produtivo, mas que ainda não funciona como deveria. “Existe um gap entre fazer uma política pública e a mudança cultural necessária para que isso ganhe vida”, frisou. 

Nesse ponto, Daniel falou sobre o Conecta Startup Brasil, um programa de inovação aberta do MCTI que conecta startups aos desafios de empresas como a Vale e a Gol, oferecendo, ainda, mentorias para que as startups cheguem em um MVP (mínimo produto viável) aderente às necessidades apresentadas pelas organizações. Segundo ele, o MCTI está trabalhando em um programa semelhante, mas voltado aos governos, a fim de que os desafios dos âmbitos federal, estadual e municipal sejam apresentados e startups, sobretudo govtechs, possam se inscrever para resolvê-los, promovendo soluções pragmáticas para problemas da sociedade.  

Daniela parabenizou a iniciativa e comentou que mesmo startups que nunca se viram como govtechs podem, com o acompanhamento necessário, identificar adaptações em suas soluções para atenderem aos desafios do governo. “Uma startup de gestão de condomínios, por exemplo, pode se adaptar para gerir prédios públicos, assim como um app voltado a clínicas médicas pode se tornar uma solução viável a algum desafio do SUS”, destacou. 

Assinatura de convênio com a Prefeitura 

Foto: Cassius Souza

Com o objetivo de promover o uso de tecnologias para qualificar serviços e processos públicos, a Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Procempa, firmou um acordo de cooperação com o GovTech Lab e a PUCRS. A parceria, assinada na tarde de quinta-feira, 29, durante o GovTech Summit, prevê o fortalecimento do ecossistema de inovação voltado ao setor público. 

A partir do incentivo à inovação aberta, ao empreendedorismo inovador e à modernização dos serviços, a iniciativa fomentará a utilização de soluções tecnológicas na solução de desafios públicos. Inicialmente com duração de dois anos, o convênio tem como primeira medida a designação de coordenadores de cada uma das instituições envolvidas, que serão responsáveis por articular a execução das atividades – pela PUCRS, essa pessoa é a Daniela Eckert, líder do Tecnopuc Startups. A parceria também contempla o desenvolvimento de competências técnicas e gerenciais e a capacitação de profissionais sobre inovação e tecnologia para a transformação digital do setor público, além da cooperação técnica e científica no desenvolvimento de projetos de pesquisa, de desenvolvimento e de inovação. 

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