De acordo com a pesquisa Afroempreendedorismo Brasil, realizada pelo movimento Black Money, pela Inventivos e pela RS Stationz, mostrou que 40% dos adultos negros são empreendedores. Destes, 61,5% são mulheres. E foi para dar visibilidade para os afroempreendedores que Aldren Flores criou a +AFRO, startup que impulsiona empreendedores negros.
A iniciativa foi pensada para ser uma “lista amarela” dos afroempreendedores. “Eu falo que a +AFRO nasce em dois momentos. O primeiro é quando tenho um aprofundamento da minha consciência racial. Isso acontece no final da faculdade, quando faço o projeto final sobre as opções de maquiagem para pele negra. Neste momento, passo a ter todo o aparato teórico sobre o racismo, aquilo que não aprendemos, mas que sentimos na pele durante nossa construção. Fiquei com isso na cabeça, e na época eu tinha um blog de moda com uma amiga. Lá, nós costumávamos colocar várias mulheres negras, e vimos que aquilo tinha uma grande visualização pela representatividade”, conta Aldren.
A pesquisa Empreendedorismo Negro no Brasil, que foi realizada pela PretaHub, da Feira Preta, em parceria com a Plano CDE e o JP Morgan, mostra que a maioria dos empreendedores negros têm até o ensino médio completo, e as regiões sudeste e nordeste são as que concentram a maior parte desses empreendedores, com 40% e 31% respectivamente. Centro-oeste, norte e sul entram na fila com 12%, 11% e 6%, nesta ordem.
Em um dos achados do estudo, foi identificado que o afroempreendedorismo é, em sua maioria, feminino, solitário e está fortemente ligado ao comércio, à comunicação e à indústria de cuidados. Além disso, a maioria das ideias de negócio se originam a partir de uma dor ligada à questão racial.
Aldren Flores, fundadora da +AFRO, diz perceber que a maior parte dos negócios fundados por mulheres negras são ligados a essa dor racial. “Se olharmos para a estética conseguimos enxergar isso. São muitas mulheres abrindo salão, por exemplo, especializadas em cabelos crespos. Acho que vem de uma dor sim, mas tem muita empreendedora negra que inicia no empreendedorismo por necessidade. Porque não se encontra no mercado de trabalho, não tem oportunidade, não consegue crescer ou precisa cuidar dos filhos.”, explica.
Quando trabalhava em um escritório majoritariamente branco, Aldren, junto com outra colega, passaram a se questionar sobre a presença de outras pessoas negras em locais como aquele. “Eu comecei a pensar que seria muito legal ter um lugar onde poderíamos encontrar profissionais negros, empreendedores negros, e assim nasce a +AFRO”, conta.
Grupo de Diversidade do Tecnopuc
Um movimento do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) e das organizações que integram o ecossistema resultou na criação do Grupo de Trabalho da Diversidade. A coordenadora do Grupo e líder da área de Impacto do Tecnopuc, Ana Lucia Maciel, conta que o propósito é refletir e contribuir com o planejamento de políticas e ações voltadas para a pauta da diversidade e da inclusão no ambiente do Parque. A construção de conteúdos na temática da diversidade faz parte das ações do Grupo. Acompanhe as redes do Tecnopuc (@tecnopuc) e o nosso site para mais notícias.