O Brasil está preparado para receber carros elétricos?

A Renault acaba de anunciar que será uma marca exclusiva de carros elétricos em 2030 (ao menos na Europa). A declaração de Luca De Meo, CEO do grupo e responsável pela trajetória rumo à emissão zero iniciada em 2021, não é surpreendente para quem está atento à essa revolução. A decisão de se tornar uma marca totalmente elétrica até 2030 une a Renault a outros fabricantes que já tomaram uma decisão semelhante, como Ford e Stellantis.

No Brasil, os carros elétricos ainda têm um mercado pequeno, mas que cresce rapidamente com iniciativas de empresas e entidades de fomento à tecnologia. De acordo com dados da NeoCharge (2021), empresa que oferece soluções de recarga para veículos elétricos, atualmente existem mais de 65 mil carros deste tipo no País, sendo São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina os estados com maior número.

O Brasil está pronto?

Com essa revolução já aparecendo na estrada de um futuro breve, começam a surgir questionamentos: as cidades brasileiras estão preparadas para atender um grande número de  carros elétricos? Para o coordenador do Plug Future Mobility Hub, liderado pelo Tecnopuc, e professor da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), Eduardo Pellanda, o Brasil tem boa parte da população com garagem própria, o que não acontece na Europa, onde muitas construções são de antes do automóvel como bem de consumo mais massivo. Com isso, o brasileiro ganha a vantagem de carregar o carro na garagem de casa ou do condomínio durante a noite. Por outro lado, o país tem estradas muito maiores, o que faz com que os investimentos para colocar carregadores nestes espaços sejam pesados.

100% elétrico: como chegar lá?

De acordo com o pesquisador, a demanda já está alta: “só falta chegarmos nos preços de carros médios e populares, o que deve ser relativamente rápido. Precisamos pensar na cadeia produtiva para o país atrair novas montadoras e também na formação dos profissionais. Por parte dos consumidores é preciso uma educação de uso e cultura para este tipo de veículo”. 

A decisão da Renault não surpreende Pellanda. “É um caminho que todas as montadoras estão tomando. Algumas já anunciaram o fim do desenvolvimento dos motores a combustão e outras o fim dos motores a diesel, mas todas estão colocando uma data final para ser 100% elétricas. Isso envolve novas fábricas, novos fornecedores, novos conhecimentos e profissionais e um novo diálogo com toda a cadeia de concessionárias, pois os serviços serão diferentes”, explica.

Eduardo Pellanda

Futuro da mobilidade: onde entra o Plug?

A adesão dos carros elétricos, assim como bicicletas ou patinetes elétricos, transformará as cidades profundamente. Pellanda destaca que o principal fator de mudança é a não poluição do ar. “Cidades com ar mais puro não só ajudam globalmente no controle do aquecimento, mas também permitem uma menor incidência de doenças respiratórias na população. Além disso, carros, ônibus e caminhões elétricos podem fomentar o exercício ao ar livre e também o uso das bicicletas convencionais, já que a poluição é um dos fatores que impede as pessoas de pedalarem em vários centros urbanos”, comenta.

É olhando para esse futuro transformador que nasce o Plug, hub que agrega pesquisa e ensino da PUCRS a startups, empresas, governo e associações que estão trabalhando nestes desafios da nova mobilidade urbana. O grupo surgiu por iniciativa de professores das escolas Politécnica, de Negócios e de Comunicação. Para saber mais, acesse o site e acompanhe as novidades em relação ao mundo da mobilidade.

Fonte da reportagem com as informações da Renaut:  https://insideevs.uol.com.br/news/560624/renault-carros-eletricos-2030/

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