A nanotecnologia é conhecida como uma pequena solução para grandes problemas. Isso porque a tecnologia consiste em comprimir, controlar e utilizar as propriedades da matéria em nanoescala. A explicação científica e tecnológica pode parecer difícil de compreender, mas com exemplos práticos essa aplicação fica clara. A Nanowear, startup que integra o Biohub PUCRS, dentro do ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), desenvolveu máscaras 100% algodão com grande respirabilidade utilizando a nanotecnologia, que consegue colocar camadas de proteção antivirais e antimicrobianas sem interferir nas características do tecido. As máscaras ainda possuem propriedade de hidro repelência, isto é, não molham e sujam com facilidade. Elas não substituem os EPIs, mas são uma excelente alternativa para o dia a dia.
A rotina intensa de um hospital pede uma proteção extra para seus funcionários. Foi pensando nisso que a Nanowear doou mil unidades das máscaras para o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL). Elas foram desenvolvidas em 2021 a partir de projeto da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para combater a Covid-19. Além da doação que fizeram para a ação com os colaboradores do Hospital, a Nanowear está planejando um teste com a área de controle de infecções hospitalares e os laboratórios da universidade para comprovar que mesmo as bactérias mais resistentes são repelidas pela sua tecnologia. “Temos como missão estarmos em movimento de open innovation com desenvolvimento de projetos tecnológicos e sociais com o Tecnopuc, PUCRS, Pesquisadores da PUCRS, HSL e todo o ecossistema de inovação. Dentro do propósito de levar nanotecnologia de forma acessível para as pessoas, a Nanowear tem trabalhado no pilar social e, em dinâmica ESG, desenvolvendo ações constantes que possam levar os produtos com nanotecnologia para as pessoas”, explica Andrè Flôrès, chefe de inovação da Nanowar.
A startup já atua com nanotecnologia no segmento de alimentos e calçadista. Atualmente, a Nanowear produz todo tipo de enxoval hospitalar e consegue oferecer em torno de 30% de economia com redução no consumo de água, insumos e energia. Além disso, a tecnololgia ajuda na diminuição da contaminação por bactérias e vírus, reduzindo desgastes, sujeiras e danos nos tecidos. Diana Jardim, coordenadora de inovação do Hospital São Lucas da PUCRS e do BioHub PUCRS, destaca que a startup realiza diversas ações de responsabilidade social, inclusive oferecendo jalecos hospitalares a preços similares à roupa sem a tecnologia, levando todos benefícios a muito mais pessoas. “É com muito orgulho que contamos com este empreendimento no nosso ecossistema de saúde, Universidade, laboratórios, hospitais e empresas parceiras”.
Sobre estar no ecossistema do Tecnopuc, Andrè reforça que é um ambiente que encaixou perfeitamente na dinâmica da startup. “Costumamos dizer que ‘fazemos ciência e tecnologia todos os dias’; as conexões e interações que ali ocorrem permitem o foco constante em não apenas desenvolver produtos com nanotecnologias, mas buscar agregar de forma científica e tecnológica, com fatos e dados – unindo conhecimento acadêmico, técnico e nanotecnológico aos nossos clientes, especialmente na geração de resultado com agregação de tecnologia e menor custo de aquisição das rouparias e vestimentas”.
