Celeiro Agro Hub intensifica a promoção de negócios colaborativos entre AgTechs

Com pouco mais de seis meses de existência e 40 AgTechs (startups que desenvolvem soluções para o agronegócio) conectadas o, Celeiro AgroHub inicia seu plano de ação para 2022 determinado a estimular o desenvolvimento de iniciativas de negócio entre os stakeholders associados. Durante esse período, os agentes que integram o Hub liderado pelo Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), pela Ventiur Aceleradora e pela AnLab, perceberam que um dos principais gargalos para as startups está relacionado a fragilidade de visibilidade e acesso aos mercados potencialmente identificados como demandantes, desde a montagem de seus modelos de negócio preliminares.

Para o coordenador do Celeiro, e Assessor de Inovação da Superintendência de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, professor Luís Villwock, encontrar o “market fit” das startups é uma tarefa árdua e, sobretudo, bastante onerosa para os sócios fundadores, muitos dos quais, com origem técnica e sem conhecimento consolidado em marketing e vendas. “Este fenômeno ainda é mais agudo junto a vertical do agronegócio, uma vez que boa parte de seu público alvo encontra-se distante e apresenta uma cultura muito tradicional e de aversão a risco e novidades desconhecidas”, explica.

Pensando em solucionar esse problema, um grupo de empresas associadas ao Celeiro, que estão em diferentes regiões do Brasil, participa de reuniões semanalmente há mais de quatro meses.  Por meio dessas “Rodas de Conversa” (espaço virtual de encontros) eles encontram meios de minimizar esse “gargalo”, responsável por boa parte da descontinuidade do esforço empreendedor. O coordenador do Hub, explica que uma das soluções  foi criar o MVP (mínimo produto viável) gerado em conjunto. “Pensamos: por que não ofertamos nossos produtos/serviços aos parceiros aqui reunidos via Celeiro Agro Hub, em nossas áreas de atuação originais?”, ressalta Villwock.

Foi dessa forma que duas empresas resolveram agir e colaborar entre si. De um lado, César Fensterseifer, CEO da AgexTec, com sede em Ijuí (RS) e Antônio Bentin, representando a Osalim, localizada nos Campos Gerais, uma das regiões mais dinâmicas na produção de grãos e sementes do Paraná. Esse é um caso fruto da iniciativa de duas empresas que decidiram partir para a prática, unir  a Proposta de Valor de uma com a área de atuação da outra. Confira os depoimentos de ambos, a seguir: 

Foto: Antônio Bentin, fevereiro de 2022.

A AgexTec nasceu após um doutorado sanduíche na Universidade de Nebraska, em Lincoln, nos Estados Unidos, onde observou-se que existia uma grande distância entre as informações publicadas em artigos internacionais e o que 90% dos produtores rurais (pequeno e médio) conseguem acessar. Historicamente restrita aos grandes produtores, a agricultura digital tem avançado no mercado e vem se tornando um importante aliado do agricultor na otimização das práticas agrícolas. Buscando facilitar o acesso dos produtores rurais a soluções da agricultura digital, a AgexTec desenvolveu Estações Meteorológicas e Sensores de Umidade do solo, que, por meio de um aplicativo, auxilia os produtores na redução de erros e desperdícios nas aplicações de agrotóxicos de irrigações e no monitoramento de doenças. A Estação Meteorológica é instalada na propriedade, e como um sentinela, monitora as condições ambientais, traduzindo em tempo real, via celular, se as condições estão ótimas, razoáveis ou desfavoráveis para a aplicação de agrotóxicos. O sistema também auxilia nas aplicações de herbicidas hormonais, e na previsão e alerta para a ocorrência de doenças, como a Ferrugem Asiática da Soja. Já os sensores de umidade do solo são fundamentais para a redução dos desperdícios nos sistemas de irrigação, e com medições em duas profundidades, também reduzem a lixiviação de nutrientes nas lavouras irrigadas. Os equipamentos são instalados nas propriedades como um serviço, e o cliente paga uma taxa mensal acessível, que evita a mobilização de recursos e retira do cliente qualquer preocupação quanto a depreciação e manutenção dos sensores.

Foto: Antônio Bentin, fevereiro de 2022 – instalação da Estação Meteorológica.

O contato com o Antônio Bentin da Osalim, ocorreu logo nas primeiras reuniões que participamos do Celeiro. Após algumas reuniões virtuais, Antônio questionou a possibilidade de iniciar um projeto piloto com a estação meteorológica dentro da Sementes Mutuca, em Arapoti (PR), sua parceira de negócios. Prontamente a AgexTec se posicionou favorável ao projeto, visto que a Sementes Mutuca estaria auxiliando na validação de novas doenças, do Trigo e Feijão, que ainda não estavam totalmente validadas no sistema de monitoramento atual. Além da ampliação no número de doenças monitoradas, o projeto também visa a inclusão de um sistema de monitoramento das condições ótimas para a aplicação de produtos biológicos, sempre visando a redução dos erros e a maior eficiência no controle de pragas e doenças nas lavouras.

Segundo Antônio, a Osalim é um web service no segmento de comercialização agrícola, que traz para o mundo digital, as negociações de commodities agrícolas (soja, milho e trigo) e de produtos micronutrientes aplicados a estas lavouras. Por meio da conexão com a comunidade do Celeiro, Antônio acredita que torna-se possível  obter uma maior capacidade difusora de tecnologias do ecossistema do Hub no Paraná. 

Segundo ele: Fizemos parte do tripé MVP (Osalim, Celeiro e AgexTec), instalando a tecnologia da AgexTec para sua validação. Desta forma, utilizamos a estrutura/instalações da SEMENTES MUTUCA ISO 9001-2015) com a finalidade de replicar o modelo e processo que foi implementado para validação da OSALIm-Bbroker, na região dos campos gerais no PR.  Atualmente, a Osalim, através da tecnologia Bbroker, está instalada em quatro fazendas da região que customizaram a tecnologia através do primeiro condomínio digital de produtores para negociação agrícola, abrangendo uma área de aproximadamente 30.000 ha e uma produção de grãos em torno de 200 mil toneladas. Atualmente a tecnologia está sendo expandida para Guarapuava, região Central do estado.

Desaa forma, uma vez validada a estação meteorológica AgexTec, espera-se dar início a um ciclo virtuoso onde todos serão beneficiados, Celeiro hub-anfitrião, Osalim Community Builder e  Agetx tech, reduzindo o CAC (custo de aquisição de clientes), Tornando possível a implementação de outras tecnologias, utilizando a Sementes Mutuca como pólo do CeleiroAgroHub  no Paraná. O CEO da Sementes. Mutuca, Ely de Azambuja Germano Neto, já foi sensibilizado com a proposta de trabalho. Importante nesse primeiro momento a validação da tecnologia AgetxTec para, na sequência, estabelecer o modelo de monetização para todos os envolvidos.

Segundo Villwock, coordenador do Celeiro, esta é umas das principais atribuições de um Hub de Inovação, auxiliar na promoção de negócios de forma a consolidar o crescimento sustentável das AgTechs vinculadas. “A expectativa é prospectar novas parcerias regionais, nacionais e até mesmo, internacionais, sempre orientado ao desenvolvimento de novos negócios capazes de sustentar grande parte das operações do Hub no presente e futuro de sua atuação”, ressalta.

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