Programa busca incluir jovens em situação de vulnerabilidade social no mercado de TI

A Aceleradora Ágil, iniciativa de formação de talentos em desenvolvimento de software realizada em parceria por Thoughtworks, Globo, Escola Politécnica da PUCRS e Tecnopuc, via Farol Social Hub, chegou, neste ano de 2024, à sua 25ª turma. Criada para acelerar o processo de inclusão de jovens, especialmente os representantes de grupos mais vulneráveis socialmente na área da tecnologia, a Ágil formou, gratuitamente, 201 pessoas em 13 anos de atuação.
Para além das competências técnicas, de negócios e de governança, o programa busca ajudar os jovens a desenvolverem as soft skills necessárias para atuarem em equipes de alto desempenho de desenvolvimento de software. Além disso, para que possam se dedicar à iniciativa, cada participante recebe uma bolsa de R$ 1 mil por mês. “Esse programa vem mostrando, ano a ano, que existe uma enorme oportunidade de inclusão de pessoas na área de tecnologia, independente do seu nível de conhecimento prévio. O que elas precisam é de apenas uma oportunidade. E é isto que fazemos há mais de doze anos no programa das aceleradoras ágil e inclusiva. É um orgulho desenvolver este programa na PUCRS, de forma colaborativa entre Escola Politécnica e Tecnopuc, com atuação também de colegas da Escola de Humanidades e Escola de Negócios e junto de nossos parceiros da Thoughtworks e da Globo”, ressalta Rafael Prikladnicki, assessor da superintendência de inovação e desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc.
A iniciativa, é, ainda, uma oportunidade de as empresas se conectarem com novos talentos. “Para a Thoughtworks, a Aceleradora Ágil representa uma forma de contribuir socialmente, criando oportunidades para pessoas em vulnerabilidade social que desejam ingressar no mercado da tecnologia, reavivando nosso compromisso estratégico de promover a responsabilidade tecnológica em prol da comunidade”, afirma Fernando Fernandes, designer de experiência da Thoughtworks.
A turma 25, que concluiu o programa no mês de julho, foi composta por 11 pessoas de três estados do Brasil (PE, RS e SP) com idade entre 17 e 34 anos. Ao longo de 20 semanas, esse grupo teve a oportunidade de vivenciar uma imersão em metodologias ágeis com o auxílio de profissionais experientes e mentores parceiros. Um dos desafios foi criar, de forma coletiva, uma solução tecnológica para um problema real e apresentá-la em um show case. O projeto da turma foi a E-acelera, uma plataforma projetada para simplificar a experiência das alunas e mentoras da própria Aceleradora Ágil e que continuará em desenvolvimento no próximo ciclo.
Durante o showcase, a fim de ampliar a acessibilidade – uma das premissas do programa –, todos fizeram uma audiodescrição pessoal no início de suas falas. Mais do que apresentar seu projeto, o grupo trouxe diferentes aspectos de todo o processo: as metodologias ágeis utilizadas para a construção da solução, destacando Lean Inception, Scrum e Kanban e a cultura de feedback; o suporte recebido dos mentores, o trabalho em equipe; a importância da diversidade para a construção da solução; e os impactos da formação nos participantes.
Wander Silva já havia participado de dois ciclos da Aceleradora Inclusiva – um desdobramento da Ágil que tem como objetivo de formar profissionais qualificados e contribuir para um mercado da tecnologia mais diverso – quando recebeu o convite para fazer o programa da Ágil. “Minha experiência na Aceleradora Ágil foi extremamente enriquecedora. Inicialmente, estava bastante inseguro e nervoso. No entanto, ao começar, me deparei com um ambiente totalmente seguro e acolhedor, onde eu não precisava ter medo de errar, e cada experiência era uma forma de aprendizado. Graças a esse programa, agora tenho certeza sobre a área que quero seguir. As experiências que vivi na Aceleradora Ágil são únicas e impossíveis de serem encontradas em qualquer outro lugar dentro da minha realidade periférica. Sem dúvida, meu crescimento profissional é totalmente atribuído à Aceleradora”, conta o jovem de 18 anos, morador de Gravataí – RS.
O jovem, conta, ainda, que seus planos futuros incluem continuar se desenvolvendo na área e buscar uma colocação no mercado de trabalho em TI. “Embora eu ainda seja muito jovem, a experiência que adquiri em projetos reais através da Aceleradora me proporcionou um currículo mais robusto, facilitando essa recolocação e aumentando minhas chances no mercado”, projeta. Os dados obtidos junto à equipe responsável pela Aceleradora vão ao encontro dos planos de Wander: historicamente, 75% das pessoas que passaram pela Aceleradora conseguem empregos na área da TI.
Um desses casos é o de Danielle Madrid, que, atualmente, é mentora nas aceleradoras Ágil e Inclusiva, desenvolvedora de software e estudante do 4º semestre de Engenharia de Software da Escola Politécnica da PUCRS. Após participar da formação, ela se tornou estagiária na Ágil em 2021. “É gratificante ter percorrido essa jornada e agora poder acompanhar o crescimento de outros profissionais. Acredito que ensinar e ver alguém se desenvolver é uma ótima experiencia e todas as pessoas deveriam experimentar, revela o poder da educação e do trabalho voluntário”, conta. A mentora conheceu o Tecnopuc através do programa e acredita que a iniciativa e as pessoas que conheceu em sua jornada foram fundamentais para a continuidade de seus estudos. “O Tecnopuc é um espaço de desenvolvimento e inovação que impacta positivamente a vida de muitos, assim como impactou a minha e de diversas pessoas que já passaram pelo programa”, completa Danielle.
Como Participar
Podem se inscrever para participar da Aceleradora Ágil estudantes de graduação e/ou curso técnico com matrículas ativas em instituições que permitam a realização de estágio. É preciso, também, ter disponibilidade para participar das atividades da Aceleradora Ágil de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e 13h às 16h.
As inscrições ocorrem uma vez por semestre, sendo uma no meio e outra no final do ano. As datas e demais informações são divulgadas no perfil do Centro de Inovação da PUCRS no LinkedIn – acesse aqui e nos canais do Tecnopuc.
Sobre o Farol Social Hub
O Farol Social Hub atua de forma colaborativa para o fomento do desenvolvimento social conectando o ecossistema de inovação e empreendedorismo da Universidade e empresas, organizações da sociedade civil e do poder público A atuação desse Hub é focada em programas de formação e apoio ao desenvolvimento de jovens em vulnerabilidade social, com apoio de empresas do Tecnopuc e, também, de parceiras do mercado. O impacto desses programas é referenciado na conversão de novos talentos para as empresas que oportunizam o primeiro emprego.
Além da Aceleradora Ágil e da Inclusiva, fazem parte das iniciativas do Farol os programas de desenvolvimento Full Stack Social, DuxTec, as ações realizadas no âmbito da Coalizão pelo Impacto, fomentando o impacto e geração de novos negócios, entre outras.