Pacto Alegre é parceiro e apoia o evento desde a primeira edição
O 3º Congresso Popular de Educação para a Cidadania aconteceu entre os dias 12 e 14 de setembro. Idealizado em 2021, o Congresso reúne, durante três dias, coletivos, ONGs e lideranças comunitárias de Porto Alegre. Na 3ª edição, o evento promoveu rodas de conversa de cinco temáticas: violência nas periferias; educação dentro e fora das escolas; meio ambiente; arte, cultura, esporte e lazer; e trabalho e renda nas periferias. “A ideia principal do Congresso é de ser popular, então ele não acontece nos lugares tradicionais. Além de acontecer nas periferias, o Congresso ocorre com rodas de conversa, não como palestras”, comenta Gabriel Goldmeier, articulador do Ponta Comunidades.
O Congresso é apoiado pelo Pacto Alegre, Tecnopuc e Tecnosinos, desde a primeira edição, a partir da Aliança para Inovação de Porto Alegre e Projeto Territórios Inovadores. A abertura do Congresso ocorreu na Vila dos Papeleiros e teve como anfitrião o Ir. Miguel Orlandi, diretor do Centro Social Marista na comunidade. Os outros dois dias foram realizados nos bairros Grande Cruzeiro e Rubem Berta. Negra Jaque, uma das articuladoras do Congresso, explica que o evento tem a proposta de ser itinerante. Nas outras duas edições, o evento passou pela Vila Planetário, Morro da Cruz, Bom Jesus, Areal da Baronesa e Restinga. Além de passar por diferentes periferias, Jaque explica que o Congresso valoriza a identidade de cada território. “Até então, era apenas Porto Alegre. Mas neste ano, já tivemos a presença de pessoas de Pelotas, Rio Grande, Canoas e Lageado”, comenta Jaque.
A programação do evento também conta com diferentes atrações culturais, além de promover espaços para feira de empreendedorismo. “Esse evento quer fortalecer as pessoas.Só isso já nos preenche o coração. São três dias em que se têm transporte e alimentação custeado pelo projeto e vai conseguir trabalhar, como o pessoal da feira e os artistas, a partir da economia solidária. É um exercício de um mundo melhor em três dias”, destaque Jaque.
Dano Rodrigues, articulador do Congresso e responsável pela parte cultural, destaca a importância de promover a iniciativa e levar a cultura para dentro da programação. “O Congresso é um processo transversal. Ele acontece dentro dos territórios, mais precisamente nas comunidades, mas ele é construído a várias mãos. A cultura tem um papel fundamental porque ela é o diálogo que estabelecemos dentro das comunidades, como no rap, no grafite, na dança, das mais diversas manifestações culturais que compõem o cenário das comunidades onde a gente transita. Tivemos a preocupação de potencializar os artistas do território. Sendo artistas que estão iniciando e os já consagrados. Eu me sinto muito feliz, o congresso é um espaço muito potente. Durante esses três dias, vivemos a utopia de um mundo melhor, onde todas as pessoas praticam a cidadania de forma plena e acho que já saímos vitoriosos por isso”, destaca Dano.
O Congresso também contou com a presença de Maria Euníce Jotz, secretária adjunta da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e representante do Cidade Educadora pelo Pacto Alegre, um dos parceiros do Congresso e que apoia o evento desde o início. “O Congresso é extremamente importante porque discute temas e traz, na verdade, compreensão da comunidade e com isso temos as proposições. Como Pacto Alegre, queremos fazer essa avaliação para que possamos trazer e entender, não somente o Congresso, mas também o que ele está propondo”, comenta Maria Eunície.
Como iniciou
De acordo com Goldmeier, em 2021, houve um movimento em que as comunidades de Porto Alegre gostariam de se fortalecer para participar e promover mais espaços de diálogos. A partir de então, nasce um movimento chamado Ponta. Os integrantes do movimento, juntamente com pessoas envolvidas com o POA Inquieta passaram a pensar em um congresso de educação para a cidadania. Em 2022, nasce o Congresso Popular de Educação pela Cidadania que, desde então, ocorre anualmente em periferias de Porto Alegre.
