De Volta para o Futuro ofereceu mentorias para 18 negócios de impacto e vai investir em sete propostas selecionadas

Ciclo Reverso, Ecosynth, Hopeful, Igapó, Pura, Tidesat e Upsensor são as sete startups selecionadas para De Volta para o Futuro. A iniciativa desenvolvida pela Coalizão pelo Impacto, que integra a comunidade Tecnopuc, foi corealizada em parceria com Instituto Helda Gerdau, Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), Tecnopuc, Fundação Gerações, Instituto Beja, Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Pacto Alegre e Mars com o objetivo de atuar, de forma conjunta e intencional, no fomento de iniciativas voltadas ao desenvolvimento de intervenções mais estratégicas e sustentáveis que contribuam para que as respostas/intervenções em eventos climáticos futuros possam ser mais ágeis e efetivas, além de se constituírem em inspiração para a cidade, resgatando a capacidade local de enfrentar os desafios com criatividade e resiliência.
Estruturada entre os meses de junho e julho, enquanto o Rio Grande do Sul sofria as consequências das fortes chuvas que atingiram o estado em maio, a iniciativa recorreu ao Painel do Observatório da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS e a outras soluções já identificadas para buscar startups com propostas de contribuir com os processos de reestruturação, tendo em vista a intenção do projeto em investir em soluções ancoradas na perspectiva do impacto ambiental, econômico e social.
Ana Lúcia Maciel, coordenadora da Coalizão pelo Impacto em Porto Alegre, conta que os membros do Conselho local alinhados com a Secretaria Executiva Nacional da Coalizão, considerando o contexto climático, submeteu duas iniciativas complementares ao seu plano de ação local para o ano de2024, tendo sido acolhidas pelo ICE – que que lidera a Coalizão no Brasil: “Uma mais imediata e de reparação, que está aportando recursos financeiros e mentorias para empreendedores de negócios de impacto que declararam ter sido atingidos diretamente pela enchente, e o de Volta para o Futuro. Com ele, a gente pensou em uma ação mais estratégica para tentar mapear e apoiar iniciativas que possam nos ajudar como cidade a enfrentar as pautas que os desafios locais nos colocam, de uma forma mais sustentável, planejada e estratégica”, conta Ana Lúcia. E complementa: “São duas iniciativas que se complementam, uma no campo da reparação e outra no campo da prevenção por entendermos que ações dessa natureza têm um potencial muito maior de contribuir e evitar situações como as que a gente viveu no Rio Grande do Sul entre maio e junho deste ano”.

Para o De Volta para o Futuro, foram identificadas 18 startups, que tiveram a oportunidade de, no mês de setembro, participarem de mentorias que apoiaram as iniciativas em seus modelos de negócio e as prepararam para o pitch que definiria os selecionados. Na última quinta-feira, 26 de setembro, 17 empreendedores apresentaram suas soluções para uma banca composta por Leandro Nascimento, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS; Eduardo Nunes, da Marcha Participações e Empreendimentos; Karine Ruy, da Fundação Gerações; Caroline Hermeling, do Instituto Helda Gerdau; Pablo Bustillo, da Semente Negócios e representante do Conselho local da Coalizão e Ana Lúcia Maciel, da Coalizão pelo Impacto.
“Eu fiquei muito surpresa com a qualidade das iniciativas. Fiquei bem otimista de ver que tem bastante iniciativascom potencial para olhar para a mitigação e para a reação das catástrofes”, avalia Carolina sobre as propostas apresentadas.
Maira Petrini, coordenadora do Farol Social Hub – a vertical de impacto do Tecnopuc, e professora da Escola de Negócios da PUCRS, conta que mesmo os negócios não selecionados seguem no radar de iniciativas realizadas ou apoiadas pelo Tecnopuc e sua comunidade e que alguns deles podem, inclusive, participar de outras iniciativas desenvolvidas pela Coalizão pelo Impacto. Além disso, os negócios premiados poderão estabelecer-se no Farol Hub Social até o final do ano, estando conectadas ao ecossistema de impacto e usufruindo de outras oportunidades.


Premiação das startups selecionadas
A premiação das startups será realizada durante o Tecnopuc Experience, no dia 03 de outubro, às 17h. Na ocasião, as sete startups selecionadas também farão pitches para o público presente no festival. Saiba mais sobre o evento e conheça as startups:
Ciclo Reverso – Economia Circular e Inclusão Produtiva: é um negócio de impacto socioambiental que transforma resíduos sólidos (banners e têxteis) em novos produtos através de metodologia exclusiva. Soluciona resíduos de empresas, preservando e valorizando marcas enquanto capacita, gera trabalho e renda para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Ecosynth – Trabalha no tratamento de resíduos de óleo, evitando que poluam mananciais, por exemplo. É o caso de curtumes ou indústrias de óleo vegetal. O processo é ambientalmente correto, realizado com as quebras da molécula do óleo pelo Ecozyme Clean. O produto contém uma molécula natural não tóxica e biodegradável. Querem investir no negócio para ampliar.
Hopeful – Membro da comunidade Tecnopuc, a startup trabalha com educação para desastres, ajudando governos, empresas e a sociedade a saber o que fazer antes, durante e depois dos desastres. Durante as enchentes de maio, atuou no desenvolvimento de um aplicativo de voluntariado para desastres, junto a um time de empresas organizado pela Sucesu RS (Associação dos Usuários de Informática e Telecomunicações do Rio Grande do Sul), além de, na figura de seu CEO, Abner de Freitas, ter se envolvido em diferentes ações na cidade.
Igapó – Vinculada ao Celeiro AgFood Hub, a vertical de agro e foodtech do Tecnopuc, a startup busca gerar impacto ambiental e social através da valorização de resíduos orgânicos, a exemplo da composteira recentemente instalada no Prédio do Centro Administrativo Municipal. Utiliza tecnologia para fornecer soluções eficientes e ambientalmente corretas de tratamento de resíduos orgânicos, sendo um agente de práticas ESG que proporciona o aumento da sustentabilidade e a promoção de impactos ambientais positivos.
Pura – Consultoria e capacitação em projetos de Restauração Ecológica e de Agricultura Regenerativa, com sistemas de produção agroflorestais regenerativos replicáveis que visam o acompanhamento de ponta a ponta da cadeia produtiva, auxiliando desde a escolha das espécies até o beneficiamento e logística de comercialização. Combina dados científicos, informações empíricas e conhecimentos tradicionais com inovações tecnológicas para projetos desenvolvidos sobre perspectiva transdisciplinar.
Tidesat – Utiliza uma tecnologia de sensoriamento via satélite para monitorar o nível das águas de rios, riachos, lagos, lagoas etc. O sistema é de baixo custo e permite medição a distância, substituindo com muito mais eficácia as estações de medição, que são caras e podem ser atingidas e destruídas por enchentes, e as réguas. Pretendem escalar o negócio.
Upsensor – Startup que integra a comunidade Tecnosinos que foi concebida com a finalidade de desenvolver soluções transversais de engenharia e tecnologia da informação utilizando como core business dados coletados através de sensores. Um dos serviços desenvolvidos é um sistema de observação e resposta a eventos climáticos.
Sobre a Coalizão pelo Impacto
Objetiva potencializar ecossistemas locais junto com organizações dinamizadoras que apoiam empreendedores de impacto. Conta com 10 parcerias robustas por todo o país e está presente em seis localidades: Belém (PA), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Campinas (SP), Paranaguá (PR) e Porto Alegre (RS). Acreditamos que modelos de negócios podem resolver problemas sociais e ambientais. Que todo(a) empreendedor(a) comprometido(a) em estruturar um modelo de negócio para resolver problemas sociais e ambientais deve receber o apoio técnico e financeiro adequado. Que ampliar e fortalecer organizações dinamizadoras do ecossistema de impacto resulta em mais e melhores negócios de impacto e em mais investimentos.