Let me Trial lança plataforma que conecta pacientes à pesquisa clínica

Solução foi apresentada no XXV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que aconteceu de 07 a 09/11 no Rio de Janeiro 

O Brasil tem mais de 250 estudos clínicos, apenas na área de oncologia, em 235 centros de pesquisa espalhados pelo país. Essas investigações buscam descobrir novos e mais eficazes tratamentos contra o câncer. Na outra ponta, estão milhares de brasileiros diagnosticados com os mais variados tipos da doença. Deles, estima-se que 10 mil podem se beneficiar das pesquisas em andamento.  

A fim de ajudar médicos e pacientes a conhecerem os estudos clínicos em vigor, um grupo de empreendedores, formado por médicos, um advogado e um cientista de dados, criou a Let me Trial. A startup, que integra o Tecnopuc – Parque Científico e Tecnológico da PUCRS e está vinculada ao BioHub – vertical de inovação em saúde do Parque, desenvolveu uma plataforma que conecta médicos e pacientes a estudos clínicos em andamento, a partir de cruzamento de dados. Alguns dos diferenciais da plataforma são a disponibilização para computador e em aplicativo de celular e as versões para médicos – com linguagem mais técnica, e para pacientes – que facilita o uso por pessoas leigas. 

Com essa solução, a Let me Trial foi uma das três startups selecionadas para o XXV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica (SBOC) e lá, fez o lançamento de sua plataforma. Realizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, de 07 a 09 de novembro no Rio de Janeiro, o Congresso reuniu cerca de 4 mil pessoas, entre pesquisadores, oncologistas e outros profissionais da área da saúde de todo o país. Na programação, havia, também, palestrantes internacionais. 

“Depois de passarmos por uma seleção entre, aproximadamente, 100 startups do Brasil inteiro, estar no Congresso da SBOC é um privilégio. Tivemos a oportunidade de interagir com os oncologistas, que são os usuários da plataforma e que identificam as oportunidades para os pacientes, além de representantes de centros de pesquisa e a indústria farmacêutica, que financia os estudos”, comemora Giovani Gadonski, médico nefrologista e co-fundador da Let me Trial.  

Na prática, a Let me Trial funciona da seguinte forma: o médico e/ou o paciente acessa a plataforma e preenche algumas informações relacionadas à doença, a ferramenta busca estudos clínicos que correspondam aos dados informados e conecta o médico que está tratando o paciente com o centro responsável pela pesquisa. 

Sobre os estudos clínicos 

De acordo com o Ministério da Saúde, os estudos clínicos visam avaliar a segurança e eficácia de novos medicamentos, vacinas e/ou procedimentos de manejo clínico, a partir de um protocolo em quatro fases. Uma dessas fases é a aplicação do tratamento ou vacina em pessoas que podem se beneficiar deles. Nela, o paciente que se voluntariou a participar do estudo tem como direitos o sigilo de seus dados, ser informado de todos os procedimentos que serão realizados, desistir de participar da pesquisa a qualquer momento, e a segurança, uma vez que a pesquisa não pode continuar se houver algum risco ao participante. Já entre os benefícios, estão o acesso a tratamentos promissores que ainda não estão disponíveis ao público em geral e o acompanhamento clínico.  

Recentemente, as vacinas contra o coronavírus popularizaram os estudos clínicos no Brasil e em outras partes do mundo, já que a participação das pessoas para a etapa de testagem dos imunizantes ajudou a acelerar o processo e a frear a pandemia. 

“Facilitar o acesso a pesquisas clínicas é o caminho para tratamentos inovadores e promissores que têm melhorado a sobrevida e a qualidade de vida dos participantes, conforme demonstram estudos mundiais. Esses estudos, ou ensaios, são amplamente regulamentados para garantir a segurança dos participantes e a credibilidade dos achados, envolvendo instituições reconhecidas mundialmente”, explica Juliana Giacomazzi, biomédica e co-fundadora Let me Trial. 

Sobre a Let me Trial 

A Let me Trial surgiu da fusão de duas startups vinculadas ao Tecnopuc – a própria Let me Trial e a Hayde Health. Em um encontro durante o South Summit Brazil, os integrantes que atuavam nas duas startups perceberam seu propósito comum, facilitar o acesso a tratamentos inovadores em saúde por meio da pesquisa clínica, e resolveram unir suas expertises. 

Além de nefrologista, clínico geral, chefe do Serviço de Clínica Médica do Hospital São Lucas da PUCRS e professor da mesma Universidade, Gadonski  é agente de Inovação da Escola de Medicina da PUCRS. Com isso, é um dos responsáveis por fomentar a inovação na área da saúde. Nesse percurso, passou, também, a empreender, tendo participado do programa de desenvolvimento de startups Tecnopuc Garage, onde conseguiu a parceria da AGES – Agência Experiencial de Engenharia de Software da PUCRS para o desenvolvimento de sua primeira plataforma. 

Já a Hayde Health, fundada em março de 2023, carrega em seu nome uma história de coragem e resiliência. Hayde foi uma mulher que, nos anos 60, enfrentou o câncer de mama, quando a mastectomia era o único tratamento disponível. Inspiradas pela trajetória dela, as três fundadoras decidiram unir seus conhecimentos em medicina, ciência e gestão em saúde para criar uma empresa que transforma a experiência dos pacientes, oferecendo acesso a tratamentos inovadores através de estudos clínicos. 

A fusão da Hayde Health com a Let Me Trial nasceu da confiança mútua e da perfeita sintonia de objetivos. A equipe da Let me Trial é composta por Dr. Giovani Gadonski; Dra. Roberta Pozza, nefrologista e gestora de saúde; Dra. Maria Carolina Buj, hematologista e auditora em saúde; Dra. Juliana Giacomazzi, biomédica e scientific advisor do LACOG e do Programa PROADI; Matheus Storti, advogado; e Fernando Arbache, cientista de dados. 

Próximos passos 

Os empreendedores contam que os próximos passos são expandir o alcance da solução para outras especialidades médicas, alcançando ainda mais médicos e pacientes que buscam tratamentos inovadores para suas enfermidades. A startup também estará presente na Health Meeting, que acontece de 11 a 13 de novembro na PUCRS, em Porto Alegre; e, em dezembro, embarcará em uma missão internacional de inovação, apresentando suas soluções em renomados ecossistemas de inovação, como o CIC Lab – MIT e o Babson College. Esta iniciativa visa impulsionar ainda mais o impacto social da empresa, democratizando o acesso a terapias de ponta e de alto custo, e garantindo que mais pessoas possam se beneficiar dos avanços da medicina moderna. 

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