Com solução de startup, Universidade se torna referência na gestão integrada dos resíduos

A PUCRS inaugurou, na última semana, uma composteira na central de resíduos da Universidade. O objetivo da composteira é reduzir o envio de materiais para aterros sanitários, diminuir a emissão de gases de efeito estufa e produzir adubo para as áreas verdes do Campus. A solução foi desenvolvida pela Igapó, startup integrante do Celeiro AgFood Hub, a vertical de agro e foodtech do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc).
Durante a inauguração, que aconteceu na quinta-feira (21), o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, falou sobre o comprometimento da PUCRS com o meio ambiente e a sustentabilidade. “Sempre tive o desejo de que a Universidade fosse referência do ponto de vista ambiental. O que vemos aqui é mais uma etapa em relação a isso. É um motivo de muita alegria esse passo rumo ao futuro mais sustentável”, comenta o reitor. A PUCRS é uma das únicas instituições de Ensino Superior do Rio Grande do Sul que possui a licença de operação para o gerenciamento dos resíduos. A licença é fornecida pelos órgãos ambientais e estipula que sejam tratados todos os resíduos gerados pela Universidade. A nova composteira, que tem a capacidade de processar até 60 toneladas de resíduos orgânicos, é uma das ações que integra o projeto PUCRS Sustentável e reforça a responsabilidade ambiental da PUCRS.
Durante a inauguração, Artur Ferrani, CEO da Igapó, ressaltou a importância da composteira para o compromisso da PUCRS com a pauta de sustentabilidade. “Com esse projeto, a PUCRS vai desviar cerca de 50 toneladas de resíduos orgânicos em aterros. O que vai reduzir em 36 toneladas de gases de efeito estufa. Mandar resíduos para aterros é a 3ª atividade humana que mais gera metano, sendo responsável por 5% da emissão dos gases de efeito estufa. A Universidade não está apenas assumindo a gestão de resíduos, mas investindo no que há de mais moderno em compostagem, consolidando-se como uma referência na gestão integrada dos resíduos”, destaca Artur.
Flávia Paesi Avila, analista de sustentabilidade da PUCRS, explica como o projeto faz parte do planejamento estratégico da Universidade. “A proteção dos nossos recursos naturais e o cuidado com a nossa Casa Comum é um tema que nos une de diferentes maneiras. Enquanto Universidade, assumimos o compromisso, a partir do nosso posicionamento estratégico, de provocarmos atitudes de mudança, impacto positivo e valor para a sociedade e para o planeta. E por isso, decidimos trabalhar como uma técnica que conseguisse transformar os resíduos orgânicos, como restos de alimentos e podas de plantas, em um material rico em nutrientes, chamado de composto, que será usado para adubar o solo dos nossos jardins e obras sociais. Quando pesquisamos empresas especialistas no tema e pudessem, de fato, entregar um projeto viável e que comportasse a quantidade de resíduos orgânicos geradas no campus, conhecemos a Igapó, integrante do Tecnopuc. Eles desenvolveram todo o projeto, desde o diagnóstico até a instalação do equipamento e treinamento para nossa equipe da Central de Resíduos”, afirma Flávia.
Luís Villwock, coordenador do Celeiro AgFood Hub, ressalta a importância da solução da startup. “Mais do que nunca, sabemos o que representa as mudanças climáticas em nossas vidas e planeta. Entender esse processo significa uma nova concepção de desenvolvimento, que passa pelo olhar atento à sustentabilidade ambiental. Por isso a importância da Igapó, nossa startup preocupada e focada no reuso dos resíduos gerados pelo nosso cotidiano. Estamos muito orgulhosos aqui do Celeiro em estimular, incentivar e apoiar essa iniciativa”, completa Villwock.
Saiba mais sobre a Igapó
Desde 2021 a startup busca gerar impacto ambiental e social por meio da valorização de resíduos orgânicos. Com tecnologia, a Igapó fornece soluções eficientes e ambientalmente corretas de tratamento de resíduos orgânicos, sendo um agente de práticas ESG que proporciona o aumento da sustentabilidade e a promoção de impactos ambientais positivos.
A Igapó já conta com uma composteira do outro lado da avenida Ipiranga desde junho de 2023, no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL). “No HSL, já foram desviados de aterro cerca de 10 toneladas de resíduos orgânicos, desde o início da operação, evitando cerca de sete toneladas de gases do efeito estufa”, comenta Artur. Além da PUCRS e do HSL, a startup também está presente em outros lugares como o Colégio Judite, no Morro da Cruz, e o Centro Administrativo Municipal da Prefeitura de Porto Alegre. Outras instalações estão programadas em um hotel em Alagoas e uma praça na capita gaúcha.